quarta-feira, 30 de junho de 2010

Cerveja, machismo e Juliana Paes

Propaganda da Antarica em 1926



Vou postar agora uma declaração da doutora em sociologia e pesquisadora da Universidade de Brasília, Berenice Bento, para o jornal Folha de São Paulo janeiro/2007 (antigo, mas se encaixa) “Não há sutileza, as mulheres estão ali para serem consumidas. Os anúncios revelam que a mulher é algo para servir ao homem e mostram como estamos longe de uma sociedade com eqüidade de gêneros”
Sobre os comerciais de cerveja.
Tenho uma visão um pouco já formada sobre esse assunto - e por mais que eu queira, não saberei ser neutra -, acredito que a mulher tem que se valorizar e não enxergar essas propagandas como algo comum. Quando saiu esta reportagem a atriz Juliana Paes, a boa dos comerciais de cerveja (se me permitem o trocadilho) disse não ver nada de agressivo nas propagandas. Bom, é dificil atingir a 'equidade de gêneros' como a doutora falou quando temos mulheres que não veem problema em firmar o machismo exibindo seus corpos como se fossem "produtos daquela marca de cerveja", entendem?
E é incrível porque esse machismo é o mesmo na década de 30 (e até antes!), como na foto em que postei... evoluimos tanto desse tempo pra cá, mas quanto a isto não saimos do lugar. Aliás, tiramos mais um pouco de roupa das garotas da propaganda.

Descobri ainda que há um "conselho regulador" que diz o que pode ou não ser públicado em um comercial, como se fosse um arbitro julgando o que é ou não "pesado", este conselho chama-se Conar, vou pesquisar mais e depois trago alguma coisa sobre isso.





Passei vergonha na apresentação do blog hoje - definitivamente eu não sei falar em público, mesmo que sejam todos amigos. Mas para compensar a minha vergonha vou tentar fazer bons posts sobre o tema com algumas dicas que a professora deu na hora da bronca da aula passada, HAHA.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Efeitos da mídia

Crianças e mídia

"Imagens sexualizadas na midia, na propaganda e em produtos estão prejudicando as crianças e os adolescentes, segundo uma pesquisa da American Psychological Association. Produzem efeitos físicos e mentais, impactando negativamente o bem estar, a sexualidade, o comportamento, as crenças e a capacidade de aprender. Veja abaixo algumas das conclusões do estudo:

A imagem de si mesmo como objeto rouba a habilidade de uma pessoa se concentrar, levando a uma performance fraca em atividades intelectuais. Uma pesquisa pediu a algumas mulheres estudantes universitárias que experimentassem um biquini antes de uma prova de matemática. Elas tiveram performance pior do que as outras estudantes às quais foi pedido que experimentassem um suéter. Para os pesquisadores, a capacidade mental foi prejudicada por pensamentos sobre o próprio corpo e comparações com "imagens ideais da cultura" em relação a sexualidade;

A visão de si mesmo como objeto impacta negativamente a saúde sexual, produzindo adolescentes menos seguras - usam menos camisinha quando são sexualmente ativas e têm uma expectativa ruim ou irreal sobre sexualidade;

Mulheres que consomem muito a mídia mainstream apoiam mais o estereótipo sexual da mulher como objeto. Elas também consideram que a aparência física e o poder de atração são o núcleo do valor feminino."


Peguei esse texto no blog "Criança&Mídia" e achei importante colocar aqui pois o autor do texto explora exatamente nosso tema, ele coloca em questão da aceitação da mulher perante a esteriotipação sexual da qual falei no post anterior. A pesquisa apresentada no blog Criança&Mídia também nos diz que apesar de sermos bombardeados por informações sexualizadas a todo momento essas informações prejudicam a saúde sexual das adolescentes menos seguras, sendo assim é paradoxial que uma propaganda sexualizada afete de forma negativa a vida sexual de seus consumidores.

sábado, 19 de junho de 2010

A mídia impressa

Esteriotipação do belo

A mídia nos mostra o que é 'bacana' e nós, parte da massa, seguimos o que é imposto. Mesmo inconscientemente somos manipulados à ter uma opinião sobre n assuntos, por mais que tentamos fugir não há como ser neutro quando essas informações nos bombardeiam.

Ao ir à uma banca de jornal é fácil perceber a cobrança do corpo perfeito com moças lindíssimas de bíquini nos ensinando a ter a "barriguinha sarada" ou as pernas torneadas com uma dieta de sete dias! Eis que surge o photoshop e tudo o que não é, pode ser! A pressão do belo, do corpo definido, das lindas mulheres da revista, deixam cada dia mais a mulher do dia a dia para trás.

Exemplo? A Carol Castro em uma das suas últimas capas pra uma dessas revistas:


Por que se mesmo as beldades não possuem o corpo considerado perfeito, a mídia impõe para o resto do mundo o que é belo?

Isso não seria uma grande hipocrisia das aclamadas beldades e da própria mídia vender algo que não possuem?

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Indicação

Getting Real





"O livro Getting Real focaliza a sexualização e coisificação das garotas e das mulheres na mídia, na cultura popular e na sociedade. A sexualização e a pressão por um visual “magro, quente e sexy” é cada vez maior e mais precoce. Roupas, músicas, revistas, brinquedos e jogos enviam às garotas mensagens de que elas são apenas um corpo. Os efeitos da sexualização prematura das meninas têm impacto no corpo e na mente, com o crescimento de comportamentos destrutivos, desordens alimentares, ansiedade, depressão e baixa autoestima. Getting Real reúne escritores, advogados e acadêmicos, incluindo alguns dos maiores críticos da disseminação da cultura pornográfica. Organizado pela advogada Melinda Tankard Reist, Getting Real é um livro para aqueles que querem ver um mundo melhor para a próxima geração."

Resenha extraída de: http://comoviveremos.com/

Infelizmente, ainda não há este livro traduzido para o português, mas é uma indicação de leitura para quem se interessa pelo tema e entende a lingua inglesa.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Tema definido!

A Sexualização da Mídia


Parece ser cada vez mais normal campanhas publicitárias com o apelo explícito ao sexo, mas os danos que este tipo de propaganda pode causar é imenso, principalmente se pensarmos que ao retocar o corpo de uma pessoa para aperfeiçoá-lo pode causar danos à uma pré-adolescente em formação. Os problemas estão, resumidamente, na aceitação do próprio corpo, na perda da auto-estima, depressão e distúrbios alimentares. Revistas adolescentes tendem a investir cada dia mais nessa indústria que promete lucro. Sexo é um assunto que todo mundo gosta e quem não gosta aprende a gostar. A prática do sexo é comprovadamente saudável, mas a sua exploração na mídia pode trazer danos psicológicos - isto também foi comprovado cientificamente por cientistas norte americanos. Psicólogos, pedagogos, sexólogos e cientistas sociais já estão estudando as formas de 'amenizar' este impacto. Não acredito que exista uma forma de contornar a situação, pois sexo vende e as empresas visam isso.

Nosso grupo vai explorar como somos "construídos" como pessoas e como influências externas afetam em nossa formação, vamos tentar abordar de forma ampla e objetiva este tema, mostrar os problemas e apontar benefícios.


Texto: Beatriz
Revisão: Cinthia

terça-feira, 8 de junho de 2010

Reflexões

O Operário em Construção
Vinícius de Morais

Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.

De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.

Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
– Garrafa, prato, facão –
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
– Exercer a profissão –
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.

E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:

Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.

E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.

Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
– "Convençam-no" do contrário –
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.

Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.

Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
– Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!

– Loucura! – gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
– Mentira! – disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.

Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.

domingo, 6 de junho de 2010

Uma idéia

Que tal o nosso tema ser quais são nossas virtudes, valores e morais?
De certo é um assunto cheio de coisas para ser discutidas e não precisamo ficar presos com algo que não tem muito para se falar.

Não sei se vocês já tiveram a oportunidade de ver os trabalhos de um fotógrafo chamado Tyler Shields, mas seus conceitos colocados nas suas fotos são bem interessantes.

Por que precisamos sempre procurar a perfeição de forma imediatista?



O que nos leva ao extremismo para obter o que desejamos?




Até onde nossa ambição nos leva?



A necessidade de alguns em quebrar regras.




Por que há tanta sexualização no mundo atual?



Enfim, um universo gigante de assuntos a serem discutidos.


Portofólio de Tyler Shields

Por enquanto é só.
bjus~

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Começando o Blog

Oi gente,
Estou começando o nosso blog visando discutir temas que tenham algum impacto nas nossas vidas, na sociedade em geral e como lidamos com isso.
Meu grupo é formado por 3 pessoas; Valfredo, Carla, Beatriz e eu, Cinthia.
Ainda não temos um tema definido, mas ainda encontraremos um *pense positivo nesse mundo caótico*

O nome do blog foi escolhido por mim, por não termos uma temática definida para as nossas discussões, coloquei um nome que pudesse ter a ver com qualquer coisa.

Bem, é só isso por enquanto.

bjus~